O Vale sagrado dos incas, nos arredores de Cusco

Os sítios arqueológicos, com construções incas, que demonstram como o império era extenso. O nome Vale Sagrado descreve a importância da região, em que construções eram destinadas a finalidades como fortificações, escolas, moradia, áreas de cultivo, entre outros. Para conhecer o Vale Sagrado, utilizamos Cusco como nossa base. Fizemos o passeio em dois dias separados com o guia e taxista Oswaldo, foi essencial as explicações durante o tour e a liberdade de tempo de permanência em cada parada.

1o  DIA – CHINCHERO, MORAY, SALINAS DE MARAS E OLLANTAYTAMBO

CHINCHERO (30km de Cusco)

Passamos por belas paisagens até Chinchero, uma pequena comunidade no alto da Cordilheira dos Andes. Passamos por algumas feiras com verduras e plantações no caminho. Paramos no centro histórico, podendo ver a Igreja de Nossa Senhora de Montserrat, onde antes havia um templo inca. Bem diferente das igrejas de Cusco, ela tem os traços mais limpos, no estilo colonial. Seu interior mais bucólico, com alguns afrescos coloridos nas paredes.

Ainda há terraços agrícolas centenários nos arredores, e em frente a igreja pudemos ver algumas batatas, onde mostraram que eles armazenavam por muito tempo elas embaixo da terra depois de colhidas. Aos domingos há feiras com artesanatos e tecidos, originalmente dedicadas ao escambo de mercadorias de habitantes.

Em um dos centros comunitários é possível ver a coloração da lã de alpaca, assim como o uso do tear inca até a confecção dos produtos. Quando chegamos ganhamos chá de coca e vimos alguns cuys (porquinhos-da-índia) que eles tinham de estimação.

Ao sairmos da comunidade, passamos por uma paisagem tão bonita, que pedimos para o Oswaldo parar e ficamos por um tempo sentados admirando, com céu azul azul e topos das montanhas com picos nevados de Chicón e Wakay Wilka.

SALINAS DE MARAS (ou Salineras de Maras)

A paisagem de pequenas piscinas brancas com decantação do sal da água na montanha marrom, é marcante. É curioso pensar que a água sai de lençóis subterrâneos nas montanhas com sal tão distante do mar, num processo que se repete a dois mil anos.

Com cooperativismo dos moradores, eles dividem a coleta e produzem sal, assim como outros produtos disponíveis para a venda no local, como artesanato e chocolate com sal. Diferente da proporção que eu imaginava, são mais de 3 mil piscinas.

MORAY (67 km de Cusco)

As terras nas margens do Rio Urubamba são extremamente férteis, foram fundamentais para a produção de alimentos. Um dos locais que mais impressiona, são as ruínas dos laboratórios agrícolas de Checoq, nas plataformas circulares e concêntricos em Moray.

São depressões circulares, com profundidade e orientações para experimentação de variedades agrícolas, conforme posicionamento em relação ao vento e sol. Já encontraram traços de cerca de 250 cereais e legumes no terreno, obtendo produtos de alta qualidade nutritiva. Um exemplo do resultado desse esforço para melhoramento dos alimentos, são as batatas, que eram consideradas impróprias para o consumo, atualmente podem ser encontradas em mais de 3.000 variedades.

OLLANTAYTAMBO (78km de Cusco)

O final do tour do dia, prepare-se para a subida, são vários degraus, para ir ao topo dada Fortaleza (como é conhecido o parque arqueológico na cidade).

Distante, em direção a montanha em frente, pode observar os tambos (silos), que eram utilizadas para refrigeração dos grãos e tubérculos, aproveitando o vento frio.

Diferente dos outros sítios, há pequenos comércios nos arredores das ruínas. Caminhamos um pouco pela cidade, entramos em um mercado e pudemos ver no açougue os animais quase inteiros para venda, o que poderia fazer muitos repensarem o consumo de carne. E no Vale Sagrado encontramos alguns toritos, essas “motos transformadas” para carregar turistas.

A noite pegamos o trem para Águas Calientes, a porta de entrada para Machu Picchu. Voltando apenas no outro dia à noite para Ollantaytambo, onde o taxista nos esperava para nos levar ao hostel em Cusco.

2o DIA – PISAC, COLCA, URUBAMBA E TAMBOMACHAY

PISAQ ou PISAC (36km de Cusco)

As ruínas reúnem terraços agrícolas e no topo, acreditam que era o Templo do Sol, que servia como observatório astronômico. É o maior cemitério inca, e está no caminho de Cusco à selva amazônica. Porém, como alguns blogs indicam, antes de Machu Picchu ficávamos mais encantados com as ruinas, sendo difícil nos surpreender ao mesmo nível.

Aos domingos há feiras de artesanato, com produtos e comidas na praça central, e também são realizadas missas em quéchua no mesmo dia da feira, com diferentes comunidades indígenas.

COLCA

Em uma ong vimos a proteção e cuidado de animais silvestres que foram maltratados, para se recuperarem e voltarem para o habitat natural. Você poderá entender melhor a diferença entre os animais, como a alpaca, vicunha e lhama.

É um dos poucos lugares que você pode chegar perto de um condor-dos-andes, a maior ave voadora do mundo. Dizem as lendas que elas pegavam crianças, e em alguns artesanatos podese ver o condor remontando a mitologia inca dos três mundos, em que há 3 guardiões, o condor, o puma e a serpente.

Nos telhados das casas, você observará Toritos de Pucará, são peças cerâmicas que o casal de gado, representa proteção, felicidade e fertilidade na vida matrimonial. Tornou-se um símbolo da cultura andina peruana.

URUBAMBA (53km)

Aos domingos há uma famosa feira, em que fomos com bastante expectativa ver os artesanatos, mas não eram muito diferentes de Cusco. Interessante observar o cuidado na infraestrutura das cidades, como o escoamento da água pluvial em canaletas em pedra no meio de algumas ruas.

TAMBOMACHAY (8km de Cusco)

Iniciamos o dia visitando no templo das águas, o Tambomachay, amoldado no relevo das montanhas, um local com aquedutos, canais e várias cascatas de água que correm pelas rochas. Essa admiração que eles tinham pela natureza, reflete nas representações esculpidas em pedras. O seu nome significa “Lugar de descanso” em quéchua, era um importante lugar de comunicação com os demais povos Tawantinsuyo.

MIRANTE

Após o tour pelo Vale Sagrado, finalizamos com uma vista do lado do Cristo Blanco, podendo ver a cidade de Cusco do alto. E lá no alto, havia um músico pedindo propina (gorjeta), a palavra que você mais ouvirá em Cusco.

Boleto Turístico

Independente do tour que você fizer, irá precisar do boleto turístico para visitar os sítios arqueológicos em Cusco e no Vale Sagrado. Deverá levar sempre nas visitas o boleto, para poder entrar nas atrações. Comprei diretamente com o meu guia, mas você pode comprar com o Comite de Servicios Integrados Turisticos Culturales del Cusco (COSITUC) – Av. El Sol, 103, Galerías Turísticas, tel. 084/22-7037; aberto diariamente das 8h às 18h.

Para cumprir o roteiro, compre o Boleto Turístico General que custa 130 soles e dá direito de visitar 16 sítios e museus no prazo de 10 dias após o primeiro dia de uso. A carteirinha de estudante internacional ISIC dá desconto de 50% na compra do boleto Turístico. Porém se está com menos tempo, indico comprar o Boleto Parcial no Circuito III, que inclui Chinchero, Pisaq, Moray e Ollantaytambo, por 70 soles, com prazo de 2 dias de uso, pode ser comprado diretamente no sítio.

Com o circuito III, você pode aproveitar seu único dia livre para conhecer os principais sítios e ainda já facilitar seu deslocamento para pegar o trem (PeruRail) para Machu Picchu. Deixamos nossa mala no hostel em Cusco e pegamos o trem para pernoitar em Águas Calientes com apenas uma mochila pequena.

Você já segue o Rota Terrestre no Instagram, a fanpage no Facebook e o canal no Youtube?


Deixe seu Comentário