O que fazer em Cusco?

Poderia descreve a cidade de Cusco como mágica, o que fez ao chegarmos nela, mudarmos rapidamente nosso roteiro para ficarmos mais alguns dias. Talvez parte do encantamento começou na chegada, com o amanhecer no avião, podendo ver entre montanhas e vales à antiga capital do Império Inca.

Dos incas, restou apenas o traçado urbano, com suas estreitas ruas permanecem como no tempo de Pachacutec (1430-1440), o rei que unificou o império inca. A cidade foi tomada pelos espanhóis em 1533, arruinando templos e palácios politeístas, construindo em cima, catedrais barrocas e casas coloniais, havendo uma sobreposição cultural.  Por mais que esse destino seja vendido como caminho para Machu Picchu, acaba sendo tão inesquecível quanto, pois as cores vibrantes do povo andino contrastam com a sobriedade das igrejas espanholas.

Ao chegarmos, do nosso hotel já víamos essa primeira imagem da cidade. Como chegamos cedo, ainda pudemos experimentar o chá de coca e nos prepararmos para a altitude de 3.400 m do mar.

O centro histórico é compacto, porém devido a sua topografia acentuada, o que pode te cansar um pouco, lembrando as nossas cidades mineiras com ruas inclinadas, em que o estilo arquitetônico europeu tenta se adaptar as ladeiras. Para poupar subidas no final do dia, é interessante reservar um hotel próximo a Plaza das Armas, onde se concentram os principais atrativos da cidade, lojinhas, restaurantes, agências de turismo, etc. Na praça está a estatua do Rei Pachacutec, entre o florido jardim e o movimento intenso de turistas.

Após caminhar pelos passeios históricos, curta a atmosfera do lugar, aproveite pelo menos um dia na cidade para sair sem destino, explorando alguns cantinhos.

Catedral de Cusco

Como demorou 100 anos para ser concluída a catedral, são identificadas algumas influências andinas dentro do carregado interior barroco, como a Última Ceia exposta, em que Jesus e os apóstolos fazem uma refeição típica, com cuy (porquinho-da-índia), rocoto (pimentão recheado) e mamão-papaia. Indígenas foram usados como mão de obra para a sua construção, sendo que eles deixaram marcas que os espanhóis não perceberam na época, onde faziam adoração à Pachamama, a mãe da natureza. (Plaza de Armas, tel. 084/24-6799; abre diariamente das 10h às 18h; ingresso: 25 soles).

Templo de La Compañía de Jesus

Também construído sobre um templo inca, primeiramente era uma capela que depois do terremoto de 1650, foi demolida e reconstruída. Possui arquitetura barroca e também retrata o encontro de culturas em um quadro, retratando o casamento entre o sobrinho fundador da ordem jesuíta (Martín García de Loyola) com a herdeira da cora dos incas (Beatriz Clara Coya).

Artesanatos e cores, muitas cores

Depois subismo a Calle Hatum Rumiyoc, onde encontramos os artesanatos mais bonitos do mochilão entre Peru e Bolívia (enchi minha mochila e tive que carregar durante toda a viagem, mas não me arrependi nenhum pouco).

Também foram nessas ruas que encontramos uma senhora com um filhote de Llama no colo, eu fiquei tão encantada que logo estava com o filhote no colo. E lá fui eu para a armadilha, metros depois haviam várias senhoras com filhotes no colo, pedindo propina (gorjeta) para os turistas tirarem fotos com os bichinhos.

Convento de Santo Domingo (Qoricancha)

Qoricancha foi o templo mais rico, em quéchua era “pátio dourado” dedicado ao deus Sol, que segundo as lendas, as paredes eram cobertas por ouro maciço, durante a invasão o templo foi destruído, ficando apenas a base com pedras perfeitamente polidas e encaixadas na fachada do convento de Santo Domingo. (Av. El Sol, s/n, subterrâneo; abre de 2ª a sábado das 9h às 18h; domingo das 9h às 12h; ingresso com o boleto turístico).

Mercado Central de San Pedro

O trajeto para o mercado é bem menos charmoso que o entorno da Plaza de Armas. O lugar onde os moradores frequentam, podendo encontrar diferentes batatas, milhos e frangos inteiros. Há um centro de artesanatos também, porém no centro as peças eram mais bonitas. Porém o que realmente nos encantou, foi uma confeitaria próxima do mercado, e que vou dever o nome, mas posso garantir que os doces estavam deliciosos! (Santa Clara esquina Cascaparo; abre diariamente das 6h30 às 18h30).

Quando pensava em Cusco, imaginava uma pequena vila isolada. Com dois milhões de visitantes por ano na cidade, patrimônio da humanidade pela UNESCO, a população tem abandonado o campo para vender artesanatos e viver do turismo, morando pelos flancos dos morros.

Uma vista panorâmica da cidade, no mirante Cerro San Cristobal, ao lado de uma igrejinha simples.

Tour pelas ruínas do Vale Sagrado

Cusco está próximo ao sítio arqueológico às margens do Rio Urubamba, em que ruínas mostram diferentes espaços do império Inca: a pedra para sacrifício de animais em Qenko, os canais de água em Tambomachay, o encaixe perfeito das pedras na fortaleza de Sacsayhuaman, cemitério inca vertical encravado na montanha em Pisac, e a vista do alto em Ollantaytambo. Vale a penas fazer com guia, para compreender melhor a história do local.

Como chegar em Cusco?

Como nosso próximo destino estava a 3.400 metros de altitude, na região dos Andes, há duas maneiras de se chegar de Lima a Cusco, ou de ônibus ou de avião. Optamos pela opção mais rápida, compramos a passagem diretamente com uma companhia peruana, no site Peruvian Arlines, de Lima para Cusco, pagamos R$ 286,90 por passagem, saindo do aeroporto de Limas as 6h e chegando as 7:10h. O aeroporto de Cusco fica a 5km da Plaza de Armas, 15 minutos de táxi. Se resolver ir de ônibus, a empresa Cruz del Sur, possui linhas desde Lima, Nasca, Arequipa e Puno, tem seu próprio terminal na av. Industrial, a 3 km da Plaza de Armas.

O que comer?

No entorno da Plaza as Armas há várias opções de restaurante, com especialidades da culinária nacional, como ceviche e cuy (porquinho-da-índia), acompanhados de Cusqueña (cerveja), Pisco Sour ou Inka Kola (refrigerante).  À noite, o bar mais recomendado é o Pub Mamma Africa.

Onde comprar os passeios?

Compramos os passeios com o taxista que conhecemos no aeroporto, Oswaldo Charalla, que estava fazendo faculdade de história na época e acabou nos levando depois em todos os arredores. O passeio por Cusco pode ser feito de forma independente, porém o Vale Sagrado, para evitar pegar ônibus que farão você perder muito tempo esperando os outros, aconselho fechar pacote com algum guia. Há várias agências de turismo no centro, mas nós combinamos com o taxista Oswaldo, que atualmente possui uma agência de turismo.

Oswaldo Charalla Merma
WhatsApp (51) 984947969
E-mail: oswaldocusco1@gmail.com

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