Gastronomia Patagônica

Ah como é bom viajar e experimentar novas comidas! Entre as passagens entre Argentina e Chile na nossa viagem pela Patagônia, tentamos experimentar um pouco de tudo.

No nosso primeiro dia fomos direto ao Mercado Central , na capital Santiago.  Um dos principais pontos turísticos da cidade com sua estrutura de ferro pré-fabricada na Escócia nos anos 1860 e trazida de navio, inaugurado em 1873. Muito movimentado, praticamente só de turistas, quase totalmente dominado pelo restaurante Donde Augusto.

Como há muitos turistas, os preço dos restaurantes acompanham a demanda e possuem preços altíssimos.  Vale a pena para ver a parte histórica, mas pode se comer com o mesmo valor em restaurante mais calmo, mais limpo, sem ter que concorrer por uma mesa e suportar a demora. A famosa Centolla custava algo em cerca de 500 reais, muito mais caro do que comemos no Ushuaia. Mas como estávamos com muita fome, experimentamos o tal do à lo pobre, que é uma carne com ovo em cima, cebola e muita batata frita juntamente com a cerveja Patagonia.

Após almoçarmos, atravessamos a ponte em frente ao Mercado até o contemporâneo Mercado Tirso de Molina , com cobertura que imita arvores artificiais, nesse mercado se encontram de frutas, verduras, roupas, entre várias outras coisas, frequentado pelos moradores. Ao lado está o Mercado Veja, esses dois mercados são de verdade, o central hoje é praticamente restaurante. Você entra na rotina das pessoas locais, vê o que elas realmente gostam.

Próximo ao Mercado Central, há o bar tradicional La Piojera , famoso pela bebida Terremoto, é um lugar simples e sujo, frequentado por gente jovem, velha, rico, pobre, chilenos, estrangeiros, foge do perfil turístico. Já começa pelo estranho nome, com origem de um antigo presidente do país, que em 1922 ao chegar no bar disse “Quem teve a ideia de vir nesta piojera?”, e sim, piojera quer dizer um local cheio de piolhos.

Mas foi a Região dos Lagos que ganhou nosso coração, com pratos deliciosos! Pão, bife de chorizo, cordeiro, parrila, milanesa, hamburguesa, empanadas e batata frita.  Em Puerto Varas o taxista informou que as empanadas do Café Danes eram as melhores da Patagonia,  no primeiro dia que fomos já tinham acabado, no segundo pedimos e estava muito boa, porém são enormes, há opção frita ou assada, serve como almoço, no café da manhã é melhor dividir em duas pessoas.

A região dos lagos é famosa pelo salmão fresco, necessário provar, ainda mais no Restaurante na entrada do Vulcão Osorno, com uma paisagem incrível, daqueles almoços que você nunca vai esquecer.

Em Bariloche, tivemos no Hotel Fazenda Carioca o café mais gostoso da viagem, a mesa de café da manhã argentina é formada tipicamente por doce. Doce de leite, geleias, marmeladas acompanham as famosas medias lunas (pequenos croissants doces).

Circulando pela cidade há muitas pessoas vendendo cerejas com preço baixinho, bem diferente do que estamos acostumados no Brasil. Aliás, na Patagônia com os terrenos ríspidos e fortes ventos, cerejas e calafate são as pouquíssimas frutas que encontramos. O mesmo com saladas e verduras, no mercado encontramos poucos frescos, quase sempre em conserva ou secos.

Na praça central de Bariloche, encontramos junto com artesanatos salames e queijos deliciosos. À noite fomos ao restaurante Der Tiroler, e comemos MUITO bem, com uma das melhores refeições da vida, com pizza, corte de carne argentina, batata frita rústica e chopp por apenas 37 reais por pessoa.

Sem esquecer o melhor chocolate de Bariloche , o Rapa Nui! Onde tomei o melhor chocolate quente, que até hoje não encontrei nada parecido! Também experimente a típica rama, que são lâminas de chocolate aeradas artesanalmente.

Descendo a Patagônia, o troféu de melhor sorvete foi para Sorveteria Ovejitas, que encontramos em El Calafate! Depois indo ao extremo, no Ushuaia, comemos bons lanches, incluindo o pancho – cachorro quente argentino em que a salsicha é assada.

Mas o diferencial foi conhecermos a gigante Centolla, na La Cantina Fuegina de Freddy, dividimos em quatro pessoas, e foi suficiente. É um enorme caranguejo, o gosto muito parecido. Detalhe que na descrição do prato estava que acompanhava salada, depois descobrimos que estavam descrevendo a salada que estava toda molhada com a água da Centolla colocada em cima!

Também é um bom lugar para experimentar o Cordeiro Patagônico no Ushuaia. Há diversos restaurantes, eles são assados da mesma forma que assamos costela fogo de chão aqui no sul do Brasil.

Ao voltarmos para a capital chilena, fomos em direção ao litoral Valparaíso e Vinã del Mar. Há várias vinícolas no caminho, como a Casa del Bosque. Já em Valparaíso, entre várias casinhas coloridas, está o Abtao.

Mas no Chile, os preços eram sempre bem maiores. Como queríamos fazer vários passeios, economizamos fazendo comida nos hostels que passávamos, e com meu irmão Ricardo da Rosa cozinhando saíram pratos incríveis como risoto de alho poró com legumes salteados, massa à carbonara, entre outros pratos que faziam nossos vizinhos de quarto que comiam miojo ficarem com inveja.


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